“O golpe é um golpe contra a democracia, contra conquistas sociais. Um golpe que é dado também contra investimentos estratégicos do país, como o Pré-sal. Eles vão aprofundar a crise econômica e rasgar a Constituição, ferindo e maculando essa Constituição. Eu quero dizer para vocês que eu vou resistir e lutar até o fim”, afirmou Dilma para uma multidão de cerca de 100 mil pessoas, segundo a Frente Brasil Popular.
Dilma está enfrentando um processo de impeachment por suposto crime de responsabilidade que deve ser analisado pelo Senado nas próximas semanas, momento em que ela poderá ser afastada do governo e terá um prazo de 20 dias para apresentar sua defesa e tentar evitar o impedimento.
Desde que o impeachment foi aprovado pela Câmara dos Deputados, no dia 17 de abril, – etapa anterior à análise do Senado – Dilma denunciou que o processo em curso no Brasil é, na verdade, um golpe orquestrado por políticos como seu vice, Michel Temer (PMDB), e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
“Esse senhor chamado Eduardo Cunha foi o principal agente na história de desestabilizar o meu governo. Ele fez a política do quanto pior, melhor. Não aprovavam nenhuma das reformas que nós propunhamos, apostaram sempre contra o povo brasileiro. São responsáveis pelo povo brasileiro está passando por uma grave crise e pelo aumento do desemprego”, defendeu a presidente.
“Eles [pessoas pró-impeachment] falam, e gostam de falar isso, que o governo acabou. Acho que fazem isso numa tentativa de nos paralisar mas não nos paralisam. Enquanto eles fazem isso, o governo está fazendo a sua parte”, argumentou ela em referência ao aumento de 9% do Bolsa Família, ampliação da licença paternidade para funcionários públicos, prorrogação do Programa Mais Médicos, entre outras medidas.
Durante a manifestação deste domingo, que contou com o apoio de diversos atos similares que ocorreram em cidades de todo o Brasil, também discursaram o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT) e o deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP).
“As ameaças existem, elas são reais. A direita se articulou, está forte. Mas a direita comete o mesmo erro de sempre: o erro de subestimar a luta do povo trabalhador. E ela vai cometer esse erro outra vez porque ninguém vai abrir mão da democracia. Ninguém vai abrir mão de saúde pública, nem da educação, nem de nenhum dos direitos adquiridos nos últimos anos”, defendeu Haddad.